domingo, 13 de fevereiro de 2022

Sombras em Nostar

Eles levavam suas vidas cotidianas. Pescavam, caçavam, colhiam, construíam. Nada de extraordinário, heróico ou particularmente interessante. Até o dia em que uma estrela caiu do céu sobre a ilha de Nostar no extremo oeste de Ansalon, um pedaço de terra no meio do mar esquecido pelos deuses.

Parecendo ter nascido de uma estrela, um jovem caótico de cabelos loiros desgrenhados lhes entrega a chave de suas memórias. Porque eles eram muita coisa mas certamente não ordinários. Uma torrente de lembranças de outro tempo, daquilo que parece mesmo uma outra vida mas agora em corpos enrijecidos pela passagem de não se sabem quantos anos.

Vieram pra cá com um propósito nobre, mas caíram na mesma armadilha e se tornaram eles mesmos prisioneiros daquilo que combatiam. Aprisionados num ciclo sem fim de esquecimento e ignorância, incapazes de se lembrarem dos heróis que verdadeiramente eram.

Agora munidos da consciência de si mesmos e de propósito, saem em uma busca temerária pra terminar aquilo que começaram tanto tempo atrás mesmo sem saber quem ou o que é o verdadeiro inimigo.

Pelo caminho, libertam espectros de um amor amaldiçoado, mas não esquecido.

E sua jornada os leva a um mar de mortos, soterrados pelo peso de uma existência sem fim numa terra sem propósito, encontrando a ruína que ainda é mais que o vazio.

Uma companheira inesperada e também desperta de um sono de morte com mais alma do que corpo cuja face é o reflexo de suas próprias dúvidas.

Para além, o canto ainda é incerto e a melodia, fúnebre, embora haja encantamento no abraço fraterno das cinzas da grande fogueira.

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Sombras em Nostar

Eles levavam suas vidas cotidianas. Pescavam, caçavam, colhiam, construíam. Nada de extraordinário, heróico ou particularmente interessante....