UNIVERSIDADE
DE SÃO PAULO
ESCOLA
DE COMUNICAÇÕES E ARTES
DEPARTAMENTO
DE INFORMAÇÃO E CULTURA
CAIO
LONGO MACHADO DE ALMEIDA
FERNANDO
MIRANDA AZAMBUJA
São Paulo/2018
São Paulo/2018
TESAURO
BRASILEIRO DE RPG
Trabalho
apresentado à Escola de Comunicação e Artes como trabalho final da
disciplina Linguagens Documentárias II ministrada pela Profa. Dra.
Marilda Lopes Ginez de Lara.
AGRADECIMENTOS
Ao
Luiz Falcão pelas indicações certeiras e pelo trabalho incrível
que realiza com larps.
Aos
participantes dos grupos Estudos
sobre RPG
e Indie
RPG
pelas indicações e discussões, em especial ao Arthur de Martino
que pacientemente suportou nossas muitas indagações.
Ao
Luciano Bastos pelas muitas conversas, reflexões e risadas
(igualmente importantes).
A
todos os colegas de curso que já não suportam mais a insistência
na temática dos jogos.
Aos
colegas de jogos, companheiros de aventuras de madrugadas sofridas.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
1.1 Definição de RPG1.2 Tesauros
1.3 Metodologia
2 RELATÓRIO ESTRUTURAL
3 RELATÓRIO ALFABÉTICO
REFERÊNCIAS
1 INTRODUÇÃO
Surgidos
em 1974 com a publicação de Dungeons
& Dragons,
os jogos de RPG vivem um momento de renovado interesse pelo hobby
como há muito não se via. Novos jogadores convergem para a prática
desse tipo diferente de jogo enquanto jogadores antigos que há muito
haviam parado de jogar voltam à prática muitas vezes facilitada
pelas novas tecnologias que assim o permitem.
Desde
seu surgimento, o RPG sofreu grandes inovações, reestruturações e
lançamentos de uma infinidade de produtos. Influenciou gerações de
indivíduos em suas formações sociais, psicológicas, culturais e
profissionais apesar de, em geral, não alcançar o agrado de um
público mais amplo. Particularmente, nas primeiras décadas desde
sua criação, o jogo foi alvo de preconceitos nos EUA, seu país de
criação, onde seus participantes eram taxados de NERDs.
O fato de que pessoas mal informadas ou mal intencionadas se
utilizaram do jogo como justificativa de crimes e acontecimentos
infelizes só fez com que a má publicidade se propagasse.
No
entanto, apesar das adversidades, os jogadores continuaram sua
prática. Não apenas para se defender, mas também para tentar
entender a complexa dinâmica desse novo fenômeno que crescia,
estudos começaram a surgir sobre o tema.
Com
algum atraso, os jogos de RPG chegam a terras brasileiras na década
de 90 onde ganham grande número de adeptos e o interesse de um novo
mercado editorial. Alguns dos principais títulos importados são
traduzidos e alguns nacionais são lançados além de periódicos que
alimentavam a massa de consumidores com notícias em uma época em
que acesso a internet não era uma realidade para todos.
Considerando
o fenômeno nacional, não tardou que surgissem também estudos
brasileiros. Afirmando o caráter interdisciplinar (DETERDING; ZAGAL,
2018, p. 12) da atividade, acadêmicos das mais diversas áreas como
Psicologia, Design,
História, Pedagogia etc. têm produzido trabalhos sobre o tema.
Contudo, diferente de outras áreas do conhecimento que já possuem
uma base estruturada de estudos, os jogos de RPG ainda estão no
processo de construção dessa base de produção acadêmica.
Iniciativas como o grupo de pesquisa Narrativas
da Imaginação
e sua publicação científica Mais
Dados
além de grupos de discussão online
sobre Jogos de RPG Indie
são bons indícios de que há pessoas interessadas em refletir e
desenvolver o assunto.
Particularmente,
tanto no exterior quanto no território nacional, nota-se uma linha
de pesquisa que atrai cada vez mais atenção: o uso dos jogos de RPG
como ferramenta pedagógica. Seguindo essa linha, diversos
profissionais têm relatado experiências positivas com a aplicação
do RPG na educação.
Considerando
esse contexto de uma produção científica cada vez maior na área e
um crescente interesse pelo jogo, sente-se a necessidade de elementos
que alicercem o diálogo acerca do assunto. Em particular, há a
carência de uma base terminológica e conceitual que sirva de
referência.
O
objetivo deste trabalho é não somente a produção de um tesauro em
si com os relacionamentos pertinentes entre os termos, mas também
agregar a função de glossário com a conceituação (e, por vezes,
uma breve justificativa) de termos da área. De forma alguma se
pretende esgotar o assunto, mas antes servir de base para possíveis
discussões de estudiosos e, indo além, servir como elemento
explicativo para pessoas leigas no assunto.
1.1 Definição de RPG
A
sigla RPG vem do inglês e significa Role-Playing Game. Popularmente,
adotou-se a livre tradução de “Jogo de Interpretação de
Papéis”. Alguns autores defendem o uso de “Representação” e
esse é apenas um dos muitos pontos de discussão que permeiam o
termo. É interessante destacar que, mesmo no idioma original, não
existe um consenso sobre sua grafia. Assim, é possível encontrar
“Role Playing Game”, “Roleplaying Game”. Tal como como muitos
outros pontos, este trabalho adota a primeira opção apresentada em
consonância com seu principal material de referência, o livro
Role-Playing
Game Studies: transmedia foundations
de Sebastian Deterding e José Zagal (2018).
No
entanto, a explicação da construção do termo não dá a dimensão
exata do que é e como se dá o jogo. Segue uma rápida explicação
de Christopher Kastensmidt: (2017, p. 12)
Ao participar de uma
sessão de interpretação de papéis, um mesmo do grupo atua como
mediador (a) (muitas vezes chamado de “mestre”), e os demais como
participantes, representando personagens do mundo. O mediador narra a
aventura para os outros, descrevendo cada situação que os
personagens enfrentam enquanto os participantes fazem seus papéis,
descrevendo como seu personagem reage a cada situação. Um sistema
de interpretação de papéis, como o apresentado nesse livro,
oferece uma estrutura para essas interações na forma de regras.
Estas regras estabelecem limites ao que os personagens podem fazer
dentro do mundo ficcional.
No entanto, a explicação
acima dá apenas uma visão parcial do fenômeno que pode ser
conhecido por “RPG”. Embora a maioria dos casos utilize, existem
alguns raros exemplos de jogos sem a figura do mediador, por exemplo.
Além disso, o trecho trata de uma especificidade de fenômeno que
são os RPGs
de mesa,
ignorando as características relacionadas a outras manifestações
do jogo. Tal abordagem é compreensível uma vez esse forma, o RPG de
mesa, foi a primeira a ser entendida e associada ao termo RPG.
Principalmente para os praticantes mais antigos, o entendimento do
que é RPG confunde-se com essa especificidade. Porém, por conta dos
desenvolvimentos técnicos e conceituais que ocorreram com o passar
dos anos, cabe uma reavaliação para um entendimento mais amplo da
questão. Para isso, serão utilizados alguns pontos da abordagem de
Deterding e Zagal (2018).
Segundo os autores, o RPG
em seu sentido mais abrangente compreende a interseção de quatro
fenômenos: diversão, jogos, papéis e mídia cultural1.
A partir desses quatro elementos, identificou-se 4 formas
popularmente conhecidas do jogo:
1)
TRPG – Tabletop
role-playing game
(RPG de mesa)
Essa
seria a forma mais tradicional e comumente associada ao termo RPG.
Jogadores geralmente se reúnem em um local adequado e interpretam
seus personagens verbalmente, declarando suas ações e reações à
história sendo narrada pelos outros jogadores ou pela figura de um
mediador.
2)
LARP – Live-action
role-playing (Jogo
de Interpretação ao vivo)
Uma
forma de jogo onde os participantes manifestam a interpretação de
seus personagens não mais apenas verbalmente, mas fisicalizam suas
ações dentro de limites pré-estabelecidos. Vale ressaltar que,
embora o termo tenha surgido enquanto sigla, comumente adotou-se o
termo larp
em letras minúsculas como substantivo (ou verbo, no caso da língua
inglesa).
3)
CRPG – Computer
role-playing game
(RPG de computador)
Tão
logo os jogos de RPG surgiram, tentativas de transposição para o
meio eletrônico da experiência de jogo foram almejadas. Em parte,
esse desejo emergiu de algumas questões relacionadas ao RPG de mesa:
-
A dificuldade com que alguns praticantes se depararam em encontrar
outras pessoas interessadas ou com disponibilidade para jogar;
-
O desejo de não ter que lidar com os elementos
quantitativo/probabilísticos do jogo;
-
A possibilidade, principalmente em tempos mais recentes com
tecnologia mais apurada, de uma representação gráfica dos
elementos do jogo;
Como característica
fundamental dessa forma, existe a figura da máquina como mediadora
da experiência do usuário, ficando a cargo dela devolver ao jogador
a resposta a suas ações. A principal desvantagem, porém, é que o
jogador está limitado às opções pré-programadas no software,
não havendo a liberdade criativa existente em outros formatos.
Cabe ressaltar que o uso
da palavra “computador” é usado genericamente para designar não
apenas computadores pessoais mas também videogames
e até mesmo aparelhos móveis capazes de executar as aplicações
necessárias.
4)
MORPG – Multiplayer
online role-playing game
(RPG online
multijogador)
Uma
vez que a experiência mediada pela máquina se consolidou, buscou-se
novamente o caráter social do jogo. Desde cedo, jogos simples com
interfaces gráficas pouco desenvolvidas foram desenvolvidos e
jogados em redes universitárias dos EUA. Por volta do ano 2000, com
a evolução da internet em alta velocidade, as chamadas bandas
largas
e a evolução do hardware
dos computadores, foi possível a criação de jogos graficamente
mais sofisticados e com potencial para reunir uma quantidade muito
maior de jogadores em um mesmo ambiente virtual. Surgia, assim, o
conceito de MMORPGs
ou Massive
Multiplayer Online RPGs.
Ressalta-se aqui a preferência dos autores em retirar o Massive
de sua definição da forma uma vez que acreditam, com isso, englobar
um espectro mais amplo de jogos que possam ser identificados com a
mesma.
Essas
quatro formas são apenas aquelas mais tradicionais identificadas
pelos autores. Entretanto, assume-se a possibilidade de outras formas
já existentes ou ainda por vir. Cada uma apresenta variações
internas de acordo com suas mecânicas, dinâmicas e intenções
buscadas e não se consolida enquanto sistema fechado.
É
justamente essa flexibilidade e abrangência de abordagens do RPG que
torna sua definição tão complicada. Segundo os autores (p. 47):
Toda comunidade local,
forma ou estilo captura apenas um subconjunto dos fenômenos que as
pessoas chamam de "role-playing games" e traz consigo
algumas ideias normativas implícitas ou explícitas sobre o que
torna um RPG "bom". Assim, as pessoas geralmente discordam
sobre a definição de "role-playing games" porque
geralmente elas só estão familiarizadas e/ou esteticamente preferem
um subconjunto de formas, estilos e comunidades de RPG: "este
não é um jogo de RPG" geralmente significa "isto não é
algo com que eu esteja familiarizado em chamar e/ou gostar em RPGs".
Em
uma tentativa de resolver o problema da definição do termo,
adotou-se uma abordagem pragmática: enxergam-se as disciplinas
científicas, teorias, conceitos e definições como ferramentas para
a resolução de problemas humanos e mede-se sua validade por suas
consequências práticas (HAACK, 2004 apud DETERDING; ZAGAL, 2018, p.
26). Não se trata de perguntar o que os RPGs são,
mas o que podemos aprender com eles quando os enxergamos como
algo particular (p. 48).
Todavia,
a abordagem adotada pelos autores, embora eficiente, não colabora
para a produção de um tesauro uma vez que esse requer uma colocação
objetiva dos termos apresentados. Assim, adotamos como elementos
definidores do RPG uma série de características largamente comuns a
todas as formas previamente citadas:
-
É uma atividade lúdica;
-
São objetos que revolvem em torno de uma criação estruturada por
regras e a representação de personagens em um universo ficcional;
-
Jogadores criam, representam e governam as ações de personagens
definindo e buscando seus objetivos com grande liberdade nas ações
que podem almejar;
-
O mundo do jogo, incluindo personagens não governados por jogadores
individuais, é gerenciado por um mediador, humano ou eletrônico;
Não
se pretende com isso negar a posição dos autores em sua abordagem
pragmática. Trata-se apenas de uma objetificação para tornar o
termo operável dentro dos parâmetros de um tesauro.
1.2 Tesauros
Quando
se fala em tesauros, dois tipos destes podem ser reconhecidos, o
primeiro deles, os tesauros de linguagem natural, que funcionam como
dicionários de sinônimos, por relacionarem palavras de mesmo ou
similar significado. A outra forma é a dos tesauros de linguagem
documentária, que fazem algo semelhante, no entanto, relacionando
termos de um vocabulário controlado, e as palavras se relacionam de
outra maneira.
Os
tesauros de linguagem documentária são ferramentas essenciais para
uma representação temática efetiva de obras. Assim como todo
vocabulário controlado ou léxico documentário, os tesauros limitam
os termos para a indexação de maneira a tornar a recuperação de
dados muito mais eficiente. A diferença entre este e as outras
linguagens documentárias, em geral, é o fato dele permitir relações
semânticas entre os termos que não ocorrem em outros formatos de
léxico. De maneira simplificada estas relações se limitam a três
tipos: relações de Equivalência, relações Hierárquicas e
relações associativas.
As
relações hierárquicas dentro de um tesauros criam um mapeamento
conceitual, como uma taxidermia, entre os termos do tema em questão.
Por esta razão, a produção de um tesauro envolve muitas questões
teóricas, e estes, portanto, são normalmente produzidos, quando
mais específicos, por pessoas ou equipes com certo conhecimento na
área. E, portanto, como qualquer linguagem para indexação,
idealmente os tesauros devem estar sempre se atualizando, de maneira
a estar a par com a descrição temática de novas produções.
Quando
aplicados os três tipos de relações sobre uma lista de termos,
estes produzem uma teia semântica que permite que o usuário,
através do acesso ao tesauro, navegue pelas categorias e termos
relacionados, de maneira que além de promover uma facilidade na
busca, o usuário pode, através das associações indicadas,
reconhecer outros temas de seu interesse ou ainda um termo mais
específico ou adequado do que aquele que tinha em mente em primeiro
lugar.
A
ideia de produzir um tesauro sobre RPG busca, portanto, pensar
parâmetros para o desenvolvimento de uma terminologia adequada para
atender a demanda já presente no mundo acadêmico por estudos sobre
práticas deste tipo de Jogo, e, possivelmente, promover esta
produção. Muitos destes trabalhos, de caráter interdisciplinar,
tendem a, no momento da representação temática, ser definidos por
termos inadequados ou muito gerais, de um ponto de vista
especializado, dado o descaso dos vocabulários tradicionais com o
tema. Situações como esta prejudicam uma recuperação efetiva para
temas dentro deste universo, e acabam por dificultar a futura
produção intelectual.
1.3 Metodologia
A
seleção de termos não pode ser feita através da escolha de um
glossário somente, visto que os poucos que existem em português
tendem a ser voltados a termos mais específicos para um público
inexperiente, que possa desconhecer algumas expressões ou termos.
Usar uma destas listas seria tanto impróprio para formular o tesauro
assim como divergente do objetivo de nosso trabalho de criar uma
proposta de tesauro pertinente de modo a ser potencialmente útil a
alguma produção acadêmica em torno do assunto. Por tais razões a
lista de termos utilizada engloba mais de um vocabulário, também
com contribuições de glossários feitos em língua inglesa, além
de alguns termos adicionados para estruturar algumas decisões
conceituais, necessariamente sectárias.
Tais
decisões específicas foram embasadas em certos autores, como
Deterding e Zagal, de maneira que reconhecemos que se faz necessário
indicar no trabalho esta parcialidade. De qualquer maneira, fora esta
pequena escolha (se comparada à total extensão e peso semântico do
tesauro) as decisões se fizeram com o objetivo primo de ser uma
estrutura sólida para facilitar a indexação e evitar
indeterminações, ambiguidades e incoerências. Para tal, nos
utilizamos das “Diretrizes para o estabelecimento e desenvolvimento
de Tesauros Monolíngues”, de Austin e Dale (1993) sendo esta,
portanto, nossa principal obra de referência no âmbito estrutural
do trabalho.
Mantivemos
também um esforço para seguir duas diretrizes próprias,
estabelecidas no início do trabalho:
-
Os termos preferenciais serão selecionados de acordo com o uso comum
e difundido pela comunidade brasileira de RPG, independente de se
tratar de idioma estrangeiro ou sigla. Remissivas serão aplicadas
quando necessárias. -
O uso de nomes próprios (entidades, produtos ou lugares) deve ser
evitado a menos que se considere essencial a evidência de tal
elemento.
A
primeira delas reforça a ideia de um tesauro brasileiro de RPG que
servisse o melhor possível à comunidade e cultura consolidada no
Brasil. Já a segunda foi feita principalmente com o objetivo de
manter o tesauro em um nível conceitual, de maneira que não
ocorresse qualquer juízo de valor dentre os diferentes produtos ou
entidades, visto que de maneira alguma conseguiríamos produzir
alguma forma de exaustividade no que lhes refere.
2 RELATÓRIO ESTRUTURAL
1.
Jogo
Objetos de jogo
Objeto
analógico
Objeto
digital
Virtual
Tabletop
Relações
no jogo
Relação
competitiva
Relação
colaborativa
2.
RPG
CRPG
larp
MORPG
RPG de mesa
3.
Participantes
Jogador
Advogado de regras
Mestre
RPGista
4.
Elementos Estruturais
Cenário
Personagem
Sistema
Regra
da casa
5.
Eventos
Aventura
One-shot
Campanha
Sessão
6.
Game design
Hack
Indie
Old School
Old School
7.
Mecânicas
Sistemas de
representação
Diorama
Ficha
de personagem
Mapa em grid
Mapa em grid
Mapa
em hexágono
Miniatura
Sistema de classes
Sistema de níveis
Sistema de pontos
Sistemas de resolução
Cartas
Dados
Dados expansivos
Role
e mantenha
Fichas
Regra
de ouro
Rodada
Sem
dados
Teste
Turno
3 RELATÓRIO ALFABÉTICO
Definição
dos códigos
ING | Tradução do termo para o Inglês |
TG | Termo Geral (Indica o termo maior na relação hierárquica) |
TE | Termo Específico (Indica o termo menor na relação hierárquica) |
TR | Termo Relacionado |
UP | Use Para (Precede o Termo Não Preferido) |
USE | USE (Precede o Termo Preferido) |
Advogado
de regras
|
|
Jogador
que tem uma boa compreensão do Sistema de regras e frequentemente
interrompe o jogo para questionar aspectos do mesmo.
Normalmente, o termo é empregado em tom pejorativo de deboche
assumindo que esse jogador estraga a diversão do resto do grupo.
|
|
ING
|
Rules
lawyer
|
TG
|
Jogador
|
TR
|
Sistema
|
Aventura
|
|
Compreende
determinado arco narrativo bem definido com início, meio e fim.
Pode ser jogada em uma única sessão (One-shot) ou ao longo de
múltiplas sessões (Campanha).
|
|
ING
|
Adventure
|
TG
|
Eventos
|
TR
|
Campanha
|
One-shot
|
|
Sessão
|
Campanha
|
|
Sucessão
de sessões e/ou aventuras em que os personagens dos jogadores
evoluem em determinada narrativa.
|
|
ING
|
Campaign
|
TG
|
Eventos
|
TR
|
Aventura
|
Sessão
|
Cartas
|
|
TG
|
Sistemas
de resolução
|
Cenário
|
|
O
mundo ficcional onde se passa a história sendo narrada. Pode se
tratar de um cenário pré-concebido como a Terra-Média de “O
Senhor dos Anéis” e o mundo de exploração espacial de
“Jornadas nas Estrelas” ou um mundo criado especificamente
para o jogo pelo Mestre ou pelo grupo coletivamente.
|
|
ING
|
Setting
|
TG
|
Elementos
estruturais
|
Classes,
Sistema de
|
|
TG
|
Sistemas
de representação
|
CRPG
|
|
Sigla
para Computer Role-Playing Game, compreende jogos eletrônicos de
experiência por uma única pessoa. Entende-se o computador como
qualquer dispositivo eletrônico capaz de executar a as aplicações
necessárias ao jogo, incluindo aí videogames e
dispositivos móveis. Tem como um de seus pontos principais a
figura da máquina como elemento mediador entre participante e
mundo ficcional. Para maiores detalhes, ver 1.1.
|
|
TG
|
RPG
|
TR
|
Objeto
digital
|
Dados
|
|
Elemento
tradicional dos jogos de RPG de mesa, os dados são objetos
poliédricos com números nas faces
que são lançados e têm seu valor avaliado contra algum outro
elemento do sistema de regras adotado. De acordo com o sistema
vigente, valores maiores ou menores determinarão o sucesso ou
fracasso das ações dos personagens. Ao contrário de jogos mais
tradicionais que utilizam apenas o dado de seis faces cúbico, os
jogos de RPG adotaram dados poliédricos de múltiplas faces. É
comum se utilizar a notação XdY onde X é a quantidade de dados
e Y o tipo de dado identificado pelo seu número de faces. Ex.:
rolar 3d4 significa lançar três dados de quatro faces.
|
|
TG
|
Sistemas
de resolução
|
TE
|
Dados
expansivos
|
Role
e mantenha
|
Dados
expansivos
|
|
TG
|
Dados
|
Diorama
|
|
TG
|
Sistemas
de representação
|
Dungeon
Master (DM)
|
|
USE
|
Mestre
|
Elementos
estruturais
|
|
São
elementos
ontológicos dos jogos de RPG.
|
|
TE
|
Cenário
|
Personagem
|
|
Sistema
|
Eventos
|
|
São
elementos que estabelecem uma relação temporal do jogo.
|
|
TE
|
Aventura
|
Campanha
|
|
Sessão
|
Ficha
de personagem
|
|
Planilha
onde são anotadas informações a respeito do personagem. As
informações podem
ser tanto quantitativas/probabilísticas quanto
conceituais/narrativas, variando de acordo com o Sistema adotado.
|
|
ING
|
Character
sheet
|
TG
|
Sistemas
de representação
|
TR
|
Personagem
|
Sistema
|
Fichas
|
|
TG
|
Sistemas
de resolução
|
Game
design
|
|
TE
|
Hack
|
Indie
|
|
Old
school
|
Game
Master (GM)
|
|
USE
|
Mestre
|
Hack
|
|
TG
|
Game
design
|
Indie
|
|
TG
|
Game
design
|
Jogador
|
|
De
forma abrangente, define-se como aquele que joga. Contudo,
particularmente no universo dos RPGs de mesa, convencionou-se
dividir os participantes em Mestre e Jogadores onde os Jogadores
são todos aqueles que não são Mestres.
|
|
ING
|
Player
|
TG
|
Participantes
|
TE
|
Advogado
de regras
|
TR
|
Mestre
|
Personagem
|
Jogo
|
|
TE
|
Objetos
de jogo
|
Relações
no jogo
|
Jogo
de Interpretação de papéis
|
|
USE
|
RPG
|
larp
|
|
Originalmente,
utilizava-se a sigla LARP para Live-Action Role-Playing. Trata-se
de uma forma de RPG onde as ações dos jogadores não são
meramente anunciadas verbalmente mas também fisicalizadas dentro
dos limites da segurança e do bom senso. Os participantes, em
geral, prezam essa forma por seu potencial imersivo decorrente da
possibilidade de execução das ações. Costumam contar com uma
quantidade maior de
jogadores que os RPGs de mesa. Com o passar do tempo, assumiu-se o
termo larp não mais como sigla, mas como substantivo imbuído de
propriedades. Decorre daí seu uso em letras minúsculas.
|
|
UP
|
LARP
|
Live-Action
Role-Playing
|
|
TG
|
RPG
|
LARP
|
|
USE
|
larp
|
Live-Action
Role-Playing
|
|
USE
|
larp
|
Mapa
em grid
|
|
TG
|
Sistemas
de representação
|
Mapa
em hexágono
|
|
TG
|
Sistemas
de representação
|
Massive
Multiplayer Online RPG
|
|
USE
|
MORPG
|
Mecânicas
|
|
Elementos
do sistema de regras do jogo que definem sua abordagem e
interferem sobre a dinâmica.
|
|
TE
|
Sistemas
de representação
|
Sistemas
de resolução
|
|
TR
|
Sistema
|
Mediador
|
|
USE
|
Mestre
|
Mestre
|
|
Um
dos participantes nos
jogos de RPG analógicos que assume a função de mediador entre
os outros participantes (Jogadores) e o mundo ficcional. É sua a
responsabilidade de organizar e gerenciar o jogo, representar
todos os personagens não pertencentes aos outros jogadores e
narrar os acontecimentos dentro do mundo do jogo. Apesar de função
diferenciada, não assume papel antagônico aos outros jogadores.
É mais comum em RPGs de mesa embora a sua presença possa ser
percebida em outras formas com outros nomes.
|
|
UP
|
Dungeon
Master (DM)
|
Game
Master (GM)
|
|
Mediador
|
|
Mestre
de Jogo (ING Game Master)
|
|
Narrador
|
|
TG
|
Participantes
|
TR
|
Jogador
|
Mestre
de Jogo
|
|
ING
|
Game
Master (GM)
|
USE
|
Mestre
|
Miniatura
|
|
Alguns
títulos pressupõem sua utilização, outros apenas utilizam como
elemento acessório, miniaturas são pequenas representações
tridimensionais de objetos do mundo ficcional. Além de facilitar
a visualização do objeto esteticamente, há o aspecto prático
de se estabelecer relações espaciais entre diferentes objetos,
principalmente quando utilizadas em consonância com dioramas.
|
|
TG
|
Sistemas
de representação
|
MMO
|
|
USE
|
MORPG
|
MMORPG
|
|
USE
|
MORPG
|
MORPG
|
|
Sigla
para Multiplayer Online RPG,
MORPG é
uma forma de RPG digital que pressupõe conectividade entre
jogadores que frequentam um mesmo mundo ficcional. Para maiores
detalhes, ver 1.1.
|
|
UP
|
Massive
Multiplayer Online RPG
|
MMO
|
|
MMORPG
|
|
Multiplayer
Online RPG
|
|
TG
|
RPG
|
TR
|
Objeto
digital
|
Multiplayer
Online RPG
|
|
USE
|
MORPG
|
Narrador
|
|
USE
|
Mestre
|
Níveis,
Sistema de
|
|
TG
|
Sistemas
de representação
|
Objetos
de jogo
|
|
Categoria
que
indica o tipo de suporte quanto à relação analógico/digital.
|
|
TG
|
Jogos
|
TE
|
Objetos
analógicos
|
Objetos
digitais
|
Objeto
analógico
|
|
TG
|
Objetos
de jogo
|
Objeto
digital
|
|
TG
|
Objetos
de jogo
|
TE
|
Virtual
tabletop
|
Old
school
|
|
TG
|
Game
design
|
One-shot
|
|
Aventura
desenvolvida para
ser finalizada em uma única sessão.
|
|
TG
|
Aventura
|
TR
|
Sessão
|
Participantes
|
|
São
as pessoas que participam do jogo podendo assumir diferentes
papéis dentro da dinâmica.
|
|
TE
|
Jogador
|
Mestre
|
Personagem
|
|
Entidade
fictícia existente dentro do mundo do jogo. Pode ser encarado
como uma espécie de avatar do Jogador dentro da realidade virtual
que se instaura no jogo. Tradicionalmente, cada Jogador adota um
único Personagem enquanto o Mestre (ou Mediador) representa todos
os outros. Geralmente é definido tanto conceitualmente quanto
sistemicamente onde tem suas características modeladas de forma
probabilístico/quantitativas. Essas informações são então
anotadas na Ficha de personagem.
|
|
ING
|
Character
|
TG
|
Elementos
estruturais
|
TR
|
Ficha
de personagem
|
Jogador
|
Pontos,
Sistema de
|
|
TG
|
Sistemas
de representação
|
Regra
da casa
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Regra
que foge do Sistema previamente adotado e convencionado por um
grupo para determinado jogo.
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ING
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House
rules
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TG
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Sistema
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Regra
de ouro
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Em
jogos que utilizam a figura do Mestre, a Regra de ouro diz que a
palavra final sobre qualquer decisão é dele,
sobrepondo qualquer regra apontada pelo Sistema. Num primeiro
momento, pode ser visto como uma atitude ditatorial. Porém,
pressupõe o bom senso e a lógica de que a relação
Jogador/Mestre não é antagônica, mas trabalham juntos para a
construção de uma narrativa coletiva.
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TG
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Sistemas
de resolução
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TR
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Sistema
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Relações
no jogo
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TG
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Jogos
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TE
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Relação
competitiva
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Relação
cooperativa
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Relação
competitiva
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TG
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Relações
no jogo
|
Relação
cooperativa
|
|
TG
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Relações
no jogo
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Sistemas
de representação
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Englobam
elementos mecânicos que procuram representar seja materialmente,
seja de forma quantitativa/probabilística
os elementos do universo ficcional.
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TG
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Mecânicas
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TE
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Classes,
Sistema de
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Diorama
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Ficha
de personagem
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Mapa
em grid
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Mapa
em hexágono
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Miniatura
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Níveis,
Sistema de
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Pontos,
Sistema
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Sistemas
de resolução
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Englobam
elementos mecânicos que têm por objetivo a resolução de
conflitos de interesses ou determinação de sucesso das ações
dos personagens.
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TG
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Mecânicas
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TE
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Cartas
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Dados
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Fichas
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Regra
de ouro
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Rodada
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Sem
dados
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Teste
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Turno
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Rodada
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TG
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Sistemas
de resolução
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Role
e mantenha
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TG
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Dados
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Role
Playing Game
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USE
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RPG
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Role-Playing
Game
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USE
|
RPG
|
Roleplaying
Game
|
|
USE
|
RPG
|
RPG
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Sigla
para Role-Playing Game. É uma modalidade
de jogo em que, dado um conjunto pré-estabelecido de regras, mas
ainda com certo grau de liberdade, os participantes criam e
representam personagens em um universo ficcional. Ao contrário de
outros países, no Brasil não adotou-se uma tradução do termo e
os jogadores referem-se ao jogo pela sigla em língua inglesa.
Para maiores detalhes, ver 1.1.
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UP
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Jogo
de interpretação de papéis
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Role
Playing Game
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Role-Playing
Game
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Roleplaying
Game
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TE
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CRPG
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Larp
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MORPG
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RPG
de mesa
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RPG
de mesa
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Considerada
a primeira manifestação dos jogos de RPG, nessa forma os
participantes relacionam-se
verbalmente de forma a desenvolverem a narrativa de seus
personagens em um mundo ficcional. Seu nome decorre do fato dos
participantes tradicionalmente se sentarem em volta de mesas onde
possam apoiar os materiais acessórios (papel, lápis, miniaturas,
dados etc.). Atualmente, encontram-se bastante desenvolvidas as
plataformas digitais conhecidas como VTTs – Virtual Tabletops
que emulam, remota e eletronicamente, a experiência do RPG de
mesa, nublando a divisão entre analógico e digital.
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ING
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Tabletop
RPG
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UP
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TRPG
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TG
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RPG
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TR
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Objeto
analógico
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Virtual
Tabletop
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RPGista
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Termo
em desuso usado para designar jogadores de RPG.
Contudo, à época em que se utilizava esta expressão, o termo
RPG ainda era somente associado ao RPG de mesa.
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TG
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Participantes
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Sem
dados
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TG
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Sistemas
de resolução
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Sessão
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Período
de tempo em que jogadores se encontram (presencial ou
virtualmente) para jogar.
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TG
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Eventos
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TR
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Aventura
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Campanha
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One-Shot
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Sistema
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Conjunto
de regras adotado para determinado jogo.
A complexidade e características de determinado sistema influem
no tipo de abordagem que se pretende dar ao jogo como algo mais
narrativista, simulacionista etc.
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ING
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System
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TG
|
Elementos
estruturais
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TR
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Advogado
de regras
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Mecânicas
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Teste
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Processo
em que se utiliza algum elemento de aleatoriedade para, dentro do
Sistema de regras adotado, determinar o sucesso ou falha da ação
de personagens
dentro do mundo ficcional.
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ING
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Check
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TG
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Sistemas
de resolução
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TRPG
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USE
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RPG
de mesa
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Turno
|
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TG
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Sistemas
de resolução
|
Virtual
tabletop
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Software
desenvolvido para simular no computador as ferramentas e
acessórios utilizados nos jogos de RPG de mesa. Normalmente,
permite a conexão remota dos jogadores e tem ferramentas como
roladores de dados, fichas de personagem automatizadas e
tabuleiros virtuais.
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UP
|
VTT
|
TG
|
Objetos
digitais
|
TR
|
RPG
de mesa
|
VTT
|
|
USE
|
Virtual
tabletop
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REFERÊNCIAS
CIECHANOWSKI,
Walt. Gnomenclature: a diminutive RPG glossary. GNOME
STEW: The Gaming Blog.
Disponível em:
<https://gnomestew.com/game-mastering/tools-for-gms/gnomenclature-a-diminutive-rpg-glossary>.
Acesso em: 23 nov 2018.
DETERDING,
Sebastian; ZAGAL, José P. Role-Playing
Game Studies: transmedia foundations. New
York: Routledge, 2018.
KASTENSMIDT,
Christopher. A
bandeira do elefante e da arara: livro de interpretação de papéis.
São Paulo: Devir Livraria, 2017.
LIBERTY,
Sam.
What Are Role Playing Games Even? How are they that? Site
Medium <https://medium.com>, 15 dez. 2017. Disponível em:
<https://medium.com/@SA_Liberty/what-are-role-playing-games-even-how-are-they-that-50071c5552e2>.
Acesso em: 06 nov. 2018.
RPGGeek.
Portal com banco de dados de materiais relacionados a jogos de RPG.
Disponível em: <https://rpggeek.com>.
Acesso em: 06 nov. 2018.
1
As expressões são livres traduções. Em particular, o termo
“diversão” é passível de grande discussão uma vez que o
termo original, play, pode assumir uma grande quantidade de
sentidos na tradução para o português.
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